[RESENHA] A Verdade Sobre Nós

04:30 2 Comments A+ a-


A VERDADE SOBRE NÓS
Autora: Amanda Grace
ISBN: 9788580575378
Editora: Intrínseca

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Madelyn Hawkins está cansada. Cansada de ser sempre perfeita. Cansada de tirar A em tudo. Cansada de seguir à risca os planos que os pais fizeram para ela. Madelyn Hawkins está cansada de ser algo que não é, algo que não quer ser. E então ela conhece Bennet Cartwright. Inteligente, sensível, engraçado. A seu lado, ela se sente livre e independente. Uma história que poderia muito bem ter um final feliz, não fosse por um detalhe: Maddie tem apenas 16 anos, e Bennet, além de ter 25 anos, é seu professor. Pressionada pelos pais a participar de um programa para jovens talentos, Maddie pula dois anos do Ensino Médio e vai direto para a faculdade, onde conhece e se apaixona pelo professor de biologia. O sentimento é recíproco, e para dar uma chance àquele novo relacionamento que lhe faz tão bem, ela decide não contar para Bennet sua idade. Não demora muito para que as coisas comecem a dar errado, e as consequências da farsa de Maddie ganham contornos devastadores quando a verdade vem à tona.
Garotas inteligentes não deveriam fazer coisas estúpidas. A frase que abre a contracapa do livro de Amanda Grace, pseudônimo bem bolado para Mandy Hubbard, já dá um grande e convidativo abraço nos possíveis leitores desta narrativa simples, sem grandes dificuldades, mas cheia de curvas e altos e baixos. 

Madelyn Hawkins (cujo nome em si já intitula como nerd), é uma garota prodígio que é praticamente obrigada pelos pais a participar de um programa para jovens talentos, saltando dois anos no ensino médio e passando a cursar algumas matérias na faculdade. 

De cara, logo no primeiro dia, Madelyn se encanta pelo professor de Biologia, o estonteante Bennet Cartwright (nome difícil, não?), mas pensando primeiramente que nunca teria qualquer chance com ele. 
Nunca vou entender por que você reparou em mim, com uma garota como aquela sentada a meu lado. Passei a vida toda sendo invisível por causa de garotas assim. Garotas que destilam o tipo de sensualidade que não consigo fingir nem em frente ao espelho do banheiro. 
Desde o início, fica evidente que Madelyn tem sérios problemas de autoestima e tenta, desesperadamente, perder a imagem de menina perfeita que sempre teve. Quando a trama principal tem início, ela está bem cansada de ser quem é. Com a sinceridade em cima da mesa, posso assegurar-lhes que Madelyn é uma personagem difícil de entender. Em alguns momentos, é possível odiarmos ela. Em outros, sentimos pena. Mas na maior parte do tempo, ela paira numa dualidade que termina por irritar os leitores mais impacientes. 
E eu fingia muito bem, Bennet. Assim como depois daquele seu primeiro dia de aula, quando passei a tarde toda sentada no sofá, pensando em você, mas ainda meu pai pensou que eu ficara estudando, porque eu sabia que deveria abrir os livros e espalhar as folhas de exercícios assim que ele entrasse na garagem.
Pesquisando sobre a autora – que para mim era desconhecida – descobri que a mesma é muito querida nos Estados Unidos, justamente por escrever sobre histórias de amor polêmicas e pouco convencionais. Em A Verdade Sobre Nós não é diferente. A conturbada proximidade entre um professor e sua aluna de apenas dezesseis anos não seria bem vista em nenhum seguimento da sociedade. Hipocrisias à parte, arrisco dizer que isso talvez aconteça com mais frequência do que imaginamos. Eu mesmo conheço dois professores que se envolveram e casaram com suas alunas. Certamente a idade de Madelyn é o maior dos problemas nesse caso. 

O professor em questão é a personificação de tudo o que uma garota busca em um grande amor: bonito, inteligente e atencioso. E ele só “embarca” na provável relação com sua aluna, por acreditar que ela tem, de fato, dezoito anos completos. 
Talvez eu precisasse ter dezoito anos para entender. Talvez entrem aí os dois anos. Quem sabe com eles eu tivesse a capacidade de compreender o que está em jogo, de prever o que aconteceria em algumas semanas ou meses. Porque naquele momento, à margem do rio, eu certamente não tinha a capacidade de olhar para a frente e ver o que estava a caminho.
O livro é narrado todo através de cartas que a própria Madelyn escreve para seu amado. Cartas com um certo tom depressivo, melancólico, que dão a entender o quão previsível vem a ser o fim da obra, mas que também deixam leitoras e leitores, ainda mais curiosos para saber do desfecho. 

Algo que não gostei? O egoísmo da protagonista em vários pontos da narrativa. Acho que só a inveja é pior do que esse sentimento tão obscuro. 

Apesar de ter lido muitos comentários negativos sobre o livro, eu particularmente gostei muito de sua companhia. Só não o “devorei” mais rápido porque disponho de pouco tempo durante a semana. Caso contrário, dois ou três dias de “bom papo” seriam suficientes para que qualquer um de nós descobrisse o verdadeiro valor de A Verdade Sobre Nós: uma história de amor verdadeiro que, embora tenha tudo para dar errado, merece ser contada ao mundo.


2 comentários

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Catharina M.
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26 de janeiro de 2015 às 16:54 delete

Oolá
Comprei esse livro porque fiquei muuuito curiosa pelo enredo e já havia ouvido falar sobre ele, inclusive, bastante elogios e dei uma rápida folheada e gostei do pouco que li, espero ler e gostar muito, minhas expectativas estão grandes, mas sua resenha me deixou mais pé no chão, vamos ver né kkk

Beijos
http://realityofbooks.blogspot.com.br/2015/01/resenha-para-onde-ela-foi-gayle-forman.html

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Anônimo
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29 de janeiro de 2015 às 01:44 delete

Livro perfeito. Odiei o fim :(

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