[RESENHA] Os Forasteiros

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OS FORASTEIROS
Autora: Michelle Paver
ISBN: 9788580574678
Editora: Intrínseca
Deuses e Guerreiros #1

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O jovem Hylas tem uma vida pacata, pastoreando cabras nas montanhas com a irmã. Até o dia em que homens com armaduras, lanças de bronze e a pele escondida por uma camada escura de cinzas atacam os dois. Hylas escapa, mas a irmã desaparece, e caberá ao irmão encontrá-la tendo como únicos aliados Pirra, a filha rebelde da Sacerdotisa Suprema, e um golfinho chamado Espírito. Para complicar ainda mais, ele está sendo caçado por guerreiros de armaduras negras. Os forasteiros é o primeiro volume da série Deuses e guerreiros, que se passa na Idade do Bronze.

Já faz algum tempo que li Os Forasteiros. Entretanto, a história é daquelas que fica por muito, muito tempo na memória dos leitores. E não é só pela qualidade do texto de Michelle Paver não. Primeiro, devo admitir que tenho uma queda bastante intensa por séries de livros, sobretudo daqueles que abordam temas ligados à antiguidade (se tiver a ver com a Grécia, então...), mas este livro se sobressai entre os outros, primeiro por sua capa extraordinária, que mostra os dois irmãos em meio a uma grande revoada de pássaros negros, num lugar tão sinistro quanto o enredo principal.
SE UM FORASTEIRO EMPUNHAR A LÂMINA, A CASA DE KORONOS HÁ DE QUEIMAR.
A história se passa na Idade do Bronze, que foi um período da história remota dos homens, em que ocorreu o desenvolvimento de ferramentas feitas de bronze. O bronze, por sua vez, é uma liga metálica, dura e amarelada, obtida pela mistura de cobre e estanho. A Idade do Bronze teve início em alguns lugares por volta de cinco mil anos atrás. Em outras regiões, começou bem mais tarde. Aprender a usar o bronze fez a sociedade humana dar um passo à frente em muitas áreas.

Já nesse ponto, torna-se óbvio o tamanho da pesquisa histórica que a autora Michelle Paver fez para a construção da narrativa. Ela, inclusive, faz um enorme favor aos leitores mais desatentos e incluiu na edição do livro um texto explicando parte da trajetória de seus personagens.
A história de Hylas e Pirra se passa há três mil e quinhentos anos, na Idade do Bronze. Como você deve ter concluído, a aventura se dá na área que compreendia a Grécia Antiga. No entanto, a Grécia da Idade do Bronze era muito diferente da Grécia Antiga dos templos de mármore e das esculturas clássicas (...) (p. 299)
O heroi da trama, Hylas, leva uma vida pacata nas montanhas pastoreando cabras em companhia de sua irmã. Isso, até o dia em que homens com armaduras e lanças de bronze atacam os dois. Ele, mesmo ferido, consegue escapar, mas sua irmã desaparece, dando início à trama principal do livro. Hylas é um órfão forasteiro (no livro, a palavra tem outra conotação: trata-se de uma raça excluída que é obrigada a viver nas florestas, mas são protegidos pelos deuses). 
Hylas era um forasteiro. Assim como Issi. Haviam nascido fora da aldeia; Neleos, o chefe, encontrara-os na Montanha quando eram pequenos e lhes dera serviço. No verão, os irmãos pastoreavam nos picos; no inverno, cuidavam deles no desfiladeiro (p.17)
O garoto inicia uma busca desesperada por sua irmã. Para isso, recebe a ajuda de Pirra, a filha rebelde da Sacerdotisa Suprema e um golfinho chamado Espírito. Este último é um dos personagens que mais se destacam em toda a trama. Perdido de sua família, ele é o responsável pelos momentos de comicidade e de maior interesse na trama. As confusões de Hylas e Pirra chegam a serem cômicas até o momento em que eles passam a se entenderem de verdade e se tornam amigos.
O golfinho se esfregou de leve nos dedos de Hylas. A pele era fria e incrivelmente macia, a coisa mais macia em que já havia tocado. Mais uma vez, ele passou nadando, roçando o flanco gentilmente contra a palma da mão de Hylas (...) (p.110)
O modo como são narradas as cenas de ação é simplesmente contagiante. Você assiste ao livro, ao invés de lê-lo. Poucos livros são assim. Poucos autores têm esse dom.

Para aqueles que cometeram a injustiça de comparar OS FORASTEIROS a Percy Jackson, por exemplo, explicito a fundamental diferença entre as duas obras. Os sentimentos que dão via a Hylas e seus amigos são, sobretudo, a lealdade e a confiança, pontos não muito comuns naquela época. Hylas, apesar de jovem, é concentrado em tudo o que faz. Mais uma vez, Michelle Paver, que já tinha espaço em minha estante depois de IRMÃO LOBO, não decepcionou.



2 comentários

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Anônimo
AUTHOR
31 de dezembro de 2014 às 04:20 delete

Adorei o livro. Li em uma tarde.

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Ana Paula
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31 de dezembro de 2014 às 04:56 delete

Oi Rafael!

Não conhecia o livro, mas gostei do enredo e da capa que é linda! *o*

Bjo bjo^^

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Obrigado por comentar!