Resenha: Quando eu era Joe

11:26 10 Comments A+ a-




Livro: Quando eu era Joe
Autor: Keren David
ISBN: 978-85-81633-39-8
Editora: Novo Conceito 

Imagine o que é perder, em uma única noite, sua casa, seus amigos, Como é possível viver mentindo sobre todas as coisas? Sua escola e até mesmo o seu nome. Aos 14 anos, Ty presencia um crime bárbaro num parque de Londres. A partir desse momento, tudo muda para ele: a polícia o inclui no programa de proteção à testemunha, e Ty é obrigado a assumir uma vida diferente, em outra cidade. O menino ingênuo, tímido, que costumava ser a sombra do amigo Arron, matricula-se na nova escola como Joe... E Joe não poderia ser mais diferente de Ty: faz sucesso com as meninas, torna-se um corredor famoso... Joe é tão popular que acaba incomodando os encrenqueiros da escola. Ser Joe é bem melhor do que ser Ty. Mas, logo agora, quando ele finalmente parece ter se encaixado no mundo, os atentados e ameaças de morte contra sua família o obrigam a viver no anonimato, em fuga constante e sob a pressão de prestar depoimentos sobre uma noite que ele gostaria de esquecer. Um livro – de tirar o fôlego! – sobre coragem e sobre o peso das consequências do que fazemos.

Que a maioria dos leitores adora ler trilogias, isso não é mais novidade. Agora, quando surge uma que se destaca no meio das demais, isso sim é motivo de grande comemoração. Foi o que senti quando o livro Quando eu era Joe (318 páginas) chegou até minhas mãos na semana passada. Um aluno me disse: “Professor, sei de um livro que achei a sua cara!”. Eu, é claro, fui até a livraria mais próxima, conferir.


Trata-se do primeiro livro de Keren David, que trabalhou no jornal The Independent, até se mudar para Amsterdã, onde foi editora-chefe de uma agência de fotojornalismo. Quando voltou à Inglaterra, estava decidida a escrever um livro. Assim nascia a história de Tyler Lewis.

Fora a capa do livro, que é, de longe, uma das mais sugestivas e interessantes que já vi, as primeiras linhas foram decisivas ao pré-julgamento que todo leitor faz do livro, antes de decidir se vai lê-lo ou não.


"Pode até ser bom poder parar de fingir o tempo todo, mas às vezes penso que fingir é só o que me faz continuar."


A história já se inicia num momento dramático. Ty e sua mãe estão na delegacia, onde ele acaba de testemunhar sobre um crime bárbaro que presenciara. Assim que descobre que, para garantir sua segurança, o garoto terá que entrar no Programa de Proteção à Testemunha, tudo em sua vida parece desmoronar. São semanas trancafiado em um quarto minúsculo de um hotel de beira de estrada em companhia de sua mãe, com quem ele sempre tivera pouco contato. Tudo parece conspirar para que sua vida, que já não era muito boa, saia dos trilhos em definitivo. Mas então, surge Joe, sua nova identidade. Alguém capaz de trazer o colorido que sempre faltara em sua vida. E Ty agarra essa chance, como se tudo dependesse dela.

Joe é popular na escola. Pratica esportes e até envolve-se em brigas com os valentões, que não aceitam que ele faça sucesso com as meninas ou tenha acesso ao equipamento de ginástica da escola com um cartão especial, que ninguém mais tem.


"Penso se um dia voltarei a ser Ty de novo e poderei dizer: 'Uma vez tive que me esconder porque testemunhei um crime. Não foi tão ruim assim quando eu era Joe'. É inimaginável. Isso nunca vai ser algo sobre o que eu poderei falar."


Mesmo namorando uma das meninas mais lindas da escola e sendo treinado pro Ellie, uma atleta excepcional, Joe começa a se interessar pela pessoa mais improvável naquele lugar: a jovem Claire, que é praticamente invisível dentro de sua família e no mundo que a cerca. Aos poucos, o casal vai se descobrindo, à medida que o próprio leitor vai descobrindo que Joe, ou melhor, Tyler, talvez não seja tudo aquilo que parece. E no meio de todo esse turbilhão de emoções, a quadrilha de bandidos que o persegue não o deixa esquecer que deve permanecer escondido, nem por um minuto.

Envolvente, contagiante e surpreendentemente empolgante, Quando eu era Joe tem tudo o precisa para conquistar leitores nos cantos deste país. No fim da leitura, o maior desafio do leitor é esperar pela continuação do livro. Altamente recomendável!


10 comentários

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Unknown
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19 de fevereiro de 2014 às 13:12 delete

Quando vi o livro, jurava que seria um livro teen, mas me enganei gostei do enredo da historia espero poder ler o livro logo.


xx

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Victor Rosa
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19 de fevereiro de 2014 às 16:22 delete

Olá Rafael, bem vindo ao Fascinios :)
A capa do livro realmente é bonita e, pelo que vi, a história é bem emocionante. Toda aquele jogo de querer viver e não poder.
O problema é ser uma trilogia. O livro acabou de lançar. Eu leio e tenho que fica 1 ano ou mais esperando a continuação T.T
Super Abraço, Victor Rosa
encantosparalelos.blogspot.com

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19 de fevereiro de 2014 às 17:51 delete

Oláaa, bem vindo ao blog!!
Sou daquelas que compra um livro pela capa e se estrepa ou surpreende depois, eu gosto disso, dessa brincadeira. Não faria isso com esse livro. Não curti a capa e continua achando que o garoto é a cara do Luan Santana! Quando vi a primeira vez achei que fosse biografia! Hahahaha...

Apesar da capa feia, gostei da historia mas acho que não compraria o livro...

Beijinhos
Sou eu... Pri!

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19 de fevereiro de 2014 às 19:06 delete

Não gostei muito da capa não, a história em si é muito interessante por tratar de algo meio adolescente mas que tende a conquistar muitos!

beijos

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20 de fevereiro de 2014 às 05:16 delete

Esse realmente parece ser uma leitura muito boa, adoro livros que nos prende logo de inicio.
Eu não curti muito a capa, mas como dizem, não devemos jugar o livro por ela né.
Anoite a dica.
Abraços
Vivi

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Unknown
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20 de fevereiro de 2014 às 05:55 delete

Adorei o comentário que diz que o Ty parece o Luan Santana. Até porque o meu aluno que me recomendou o livro fez o mesmo comentário, hehe. O problema de ser uma trilogia é o maior obstáculo. Já entrei em contato com a editora e QUASE VERDADE, cujo primeiro capitulo está no fim de QUANDO EU ERA JOE, ainda não tem data para sair aqui. De coração, agradeço pelos comentários.

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Amanda T.
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20 de fevereiro de 2014 às 09:01 delete

Eu não curti muito essa capa, pra ser sincera. E não dava muito pela história também, mas fiquei surpresa pela sua resenha, realmente é difícil uma trilogia que se destaque hoje em dia. Fiquei com vontade de conferir.

Beijos
http://escolhasliterarias.blogspot.com.br/

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Unknown
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20 de fevereiro de 2014 às 14:35 delete

Outro detalhe que me impressionou bastante foi a tensão que já se apresenta no primeiro capítulo de QUASE VERDADE, a continuação do livro. É muito difícil pegarmos um livro que já tem início com um baita conflito. O primeiro capítulo vem de brinde no final de QUANDO EU ERA JOE, para os curiosos :D

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Kel Araujo
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20 de fevereiro de 2014 às 19:22 delete

Oi Rafael, tudo bem?

Às vezes eu julgo o livro pelo título e não pela capa e posso dizer que esse título não me motiva a ler o livro. Mas me aprofundando no que vc falou sobre o conteúdo, posso dizer que o livro parece ser bem interessante. Adoro uma leitura envolvente que me prenda do inicio ao fim.

beijos
Kel
www.porumaboaleitura.com.br

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Unknown
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28 de fevereiro de 2014 às 17:49 delete

Oi Rafael, tudo bom?
Bem vindo ao Fascínios, é ótimo ler opiniões diversas por aqui!
Olha, eu odiei com todas as minhas forças essa capa. Parece capa de single do Luan Santana, de uma música bem trash. Só que a história parece ser muito boa, essa premissa de troca de identidade é muito legal!
Vou pensar com carinho e colocar ele na minha listinha de próximos livros a comprar!
Beijão
Endless Poem

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