[RESENHA] Um Lugar Chamado Liberdade

11:40 11 Comments A+ a-


UM LUGAR CHAMADO LIBERDADE
Autor: Ken Follet
ISBN: 9788580413304
Editora: Arqueiro

- cedido em parceria com a editora -

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Escócia, 1766. Condenado à miséria e à escravidão nas brutais minas de carvão, Mack McAsh inveja os homens livres, mas nunca teve esperança de ser como eles. Até que um dia ele recebe a carta de um advogado londrino que lhe revela a ilegalidade da escravidão dos mineiros e um novo horizonte se abre aos seus olhos. Porém, para realizar seu sonho, Mack precisará enfrentar todo tipo de opressão das autoridades que não estão acostumadas a serem questionadas. Já na idealizada Londres, ele reencontra uma amiga de infância, Lizzie Hallim, agora casada com Jay Jamisson, membro da família que tanto o atormentara na Escócia. Lizzie não se conforma em viver submetida aos caprichos dos homens e constantemente escandaliza a sociedade com seu comportamento e suas ideias não convencionais. Quando Mack é acusado injustamente de um crime, ela quebra protocolos e sai em sua defesa, mas o amigo é deportado para a América. Mack logo descobre que se trata de uma mera mudança de continente, não de ares sociais, pois a colônia também vive momentos de tensão: se na Inglaterra os trabalhadores não desejam mais ser explorados pela elite, ali os colonos preparam o caminho que os levará à independência do jugo inglês. Nesta saga repleta de suspense e paixão, Ken Follett delineia uma época de revoltas contra a injustiça com uma escrita enérgica e sedutora.
Minha paixão pela Escócia e sua história, cultura e costumes fez com que o livro de Ken Follet, de quem já sou um grande admirador, se transformasse rapidamente em meu melhor amigo. Um Lugar Chamado Liberdade, romance histórico por excelência, é uma daquelas leituras maravilhosas, repleta de emoções, que qualquer “rato de livraria” adoraria ter em sua estante. 

Irresistível é uma palavra bastante precisa para descrever este belo livro, que tem a Escócia do ano de 1766 como cenário para o desenrolar da trama principal. O protagonista, Mack McAsh, trabalha nas minas de carvão da poderosa família Jamisson como bombeiro, uma profissão nada fácil que fora herdada de seu pai. Mack, entretanto, é um escravo. Mas, como o herói da narrativa, é perseverante ao extremo. Em diversos momentos da trama, mesmo quando tudo indicava que as coisas não dariam certo, ele permanecia acreditando. 
Ele notou que os escavadores chegavam para dar início ao turno da meia-noite. Os homens subiam a colina conversando e gritando, zombando-se e contando piadas como sempre, então caíam em silêncio ao verem Mack. Os guarda-caças empunhavam seus mosquetes de forma ameaçadora sempre que um escavador parecia disposto a parar. Mack ouviu a voz de Jimmy Lee se erguer em indignação e viu, com o canto do olho, três ou quatro mineiros cercarem o homem, agarrá-lo pelos braços e empurrá-lo e puxá-lo em direção ao poço para que ele não se metesse em encrenca.
Mack não aceita sua vida de escravo. Ele acaba descobrindo, com a ajuda de um advogado, que seus pais não tinham o direito de vender algo que não possuíam. No caso, sua liberdade. A partir daí, quando descobre que, pela lei, aos 21 anos, ele não é mais obrigado a trabalhar na mina, o jovem passa a tentar, de forma democrática, alertar seus companheiros de sua descoberta e tentar conquistar aliados na sua dura jornada, rumo à liberdade. Os Jamisson, a família para quem todos trabalhavam, é óbvio, não gostam nada disso e Mack é severamente punido. 

No momento em que percebem o que está prestes a acontecer, os senhores ordenam que Mack seja preso e obrigam o rapaz a usar um preso e doloroso colar de ferro, do qual ele se livra, com muito sacrifício, algum tempo depois. No meio de todo esse turbilhão, surge a estonteante Lizzie, que é noiva do filho caçula dos Jamisson. Entre ela e Mack surge um sentimento de cumplicidade que conquista qualquer leitor, que porventura ainda não tenha sido fisgado pela belíssima prosa de Ken Follet. Lizzie não aceita a vida de submissão que a sociedade e os costumes da época lhe impõem. Ela, assim como Mack, deseja ser livre e se mostra disposta a tudo para ter esse sonho realizado. Após muitas batalhas contra os infortúnios da vida, Mack acaba indo parar em Londres, onde a sorte ainda não lhe é favorável. Além de lutar diariamente, o passado retorna para assombrá-lo quando Jamisson reaparece e deixa claro que fará de tudo para conseguir Mack como sua propriedade novamente. 
Eles querem que vocês assustem essas pessoas da camada média com violência e baderna. Isso fará com que elas comecem a se preocupar com a manutenção da ordem e parem de pensar na liberdade de expressão. Assim, quando o Exército marchar pelas ruas, haverá um suspiro de alívio coletivo em vez de um rugido de indignação.
O que percebi, ao final, é que, ainda que metaforicamente, o livro aborda inúmeras formas de liberdade. Como a tão sonhada pela personagem Lizzie, por exemplo. Mas toca em temas mais amenos como amor e superação. Enfim, Ken Follet sempre vai conseguir emocionar aqueles que tiverem um mínimo de sensibilidade para “namorar” suas obras. Recomendo. E muito.


11 comentários

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28 de maio de 2015 às 15:46 delete

Oi Rafa!
Eu já li alguns livros do Follet, mas os primeiros (do tempo que ele escrevia romances de espionagem). Confesso que "Um lugar chamado liberdade" não tinha me chamado a atenção, mas a sua empolgação é tanta que vou pensar em dar uma chance, pois gostei do que li do autor ;)
Beijos,
alemdacontracapa.blogspot.com

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29 de maio de 2015 às 05:29 delete

Ola!! Nunca li nada do Follet mas tenho 4 livros pra ler agora nas férias...já tava interessada nesse e em breve devo compra-lo...Quero também o novo As Espiãs do Dia D...

bjos

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Caroline
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29 de maio de 2015 às 10:48 delete

Oi, tudo bem?
Eu leria esse livro pelo fato de ter Escócia, assim como você amo o país, a cultura. E é romance histórico, não conhecia o livro, ainda não tinha visto em outro blog. E não li nada do autor, quem sabe seja o primeiro. Beijos!
E já gostei da Lizzie.

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Unknown
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29 de maio de 2015 às 13:03 delete Este comentário foi removido pelo autor.
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Unknown
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29 de maio de 2015 às 13:04 delete

Olá! Ainda não tive a oportunidade de ler Ken Follett, mas sua resenha me inspirou bastante hahaha Gosto muito da temática do livro, e percebi que abrange assuntos que realmente merecem ser pensados e discutidos. Enfim, já entrou para a wish list :D

Beijo!

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31 de maio de 2015 às 15:01 delete

Oi, Rafael! Não li nada do autor ainda, mas esse livro já está na minha listinha de desejados faz tempo. O que mais me fez interessar por ele, foi essa busca incessante do personagem por liberdade. Parece ser uma história linda e cheia de emoção. Sua resenha, realmente, deixa qualquer um empolgado.

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Daniel Igor
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1 de junho de 2015 às 10:11 delete

A Escócia é muito linda mesmo! Nunca tinha ouvido falar desse livro, mas parece ser bastante emocionante, envolvendo escravidão e tudo mais. A liberdade é algo maravilhoso. Bjs

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Unknown
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7 de junho de 2015 às 07:03 delete

Me surpreendeu demais a sua resenha! Show mesmo, me senti emocionada e realmente quero conhecer o livro.
Sempre me sensibilizo com questões sobre a escravidão! Fico em choque com a maldade humana e como podem subjugar outras pessoas de uma foram tao cruel.
Gostei da dica de leitura.
Bjus

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Unknown
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10 de junho de 2015 às 10:18 delete

A cada resenha que vejo desses romances históricos de Ken Follett fico mais interessado. Um dia ainda leio todos :)

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Tamara Costa
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11 de junho de 2015 às 17:19 delete

Nunca li nada do autor e queria começar com algo que não fosse uma série assim logo de cara, vou guardar o nome desse título ;)

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27 de junho de 2015 às 09:09 delete

Oi Rafael.
Confesso que tenho muito interesse em ler algo do Ken. Sempre vejo opiniões de blogueiros dizendo que ele escreve com maestria seus livros históricos. Bom, parece que Um Lugar Chamado Liberdade não é diferente.
Escravidão. Um tema que me deixa sempre revoltado.
Fico pensando o quanto Mack deve ter sofrido. E que pais dão o filho como escravo? Será que eram torturas? Quero saber como eram os pais deles.
E já posso afirmar que tenho repúdio total por essa família Jamisson que permitia isso. Mas como é livro de época vou tentar compreender como "normal" a escravidão.
Quero muito saber como é essa luta do Mack pela liberdade.
E me pergunto se haverá um romance entre ele e a Lizzie ou se só é amizade verdadeira.
Tenho certeza que esse livro me fará ter muitas reflexões durante sua leitura.
Obrigado pela resenha, Rafael. :D
Abraços

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